Skip to content
  • 06 Março 2019

Fisco Estadual em luto: morre auditor Carlos Marinho

O Fisco do Estado da Paraíba está de luto com a partida do auditor Carlos Marinho do Nascimento, nessa última terça-feira (5), aos 74 anos, vítima de câncer no pulmão. Ele teve quatro filhos: Valério, Gustavo (in memoriam), e Tales, com a sua primeira esposa Josete Vasconcelos. Já no segundo casamento com Marta Geane Ramalho teve a filha Ana Carla.

 

O enterro de um dos auxiliares mais queridos e respeitados por sua trajetória e dedicação ao Fisco Estadual ocorreu nesta quarta-feira (6), no cemitério de Santa Catarina, em João Pessoa.  
 
O secretário de Estado da Receita, Marialvo Laureano, prestou solidariedade aos familiares e amigos do auditor fiscal ao chamá-lo de “Grande Carlos Marinho”, por sua contribuição e dedicação ao Fisco paraibano e, também, por ter recebido “o respeito de todos os amigos do Fisco Estadual”, comentou.
 
TRAJETÓRIA DE VIDA  - Nascido em Ouro Velho, cariri paraibano, em 14 de outubro de 1944, Carlos Marinho do Nascimento, ou simplesmente Marinho, como era chamado carinhosamente pelos colegas do Fisco Estadual teve uma intensa, relevante e longa trajetória desde quando ingressou como Agente Fiscal da Fazenda na então Secretaria de Finanças, em 1963, atualmente Secretaria de Estado da Receita. Por sua relevante trajetória, o auditor é classificado como uma “pessoa chave”; “um divisor de águas” e de “grande referência” para a modernização da Receita Estadual e por todas as turmas do Fisco Estadual. Na década de 90, Marinho foi um dos responsáveis pela informatização dos Postos Fiscais de Fronteira da Receita Estadual e também por implantar uma nova sistemática de produtividade fiscal numa das gestões mais exitosas do Fisco Estadual, sob o comando do secretário José Soares Nuto (1991-2002).

 

Formado em engenharia civil e em economia, Carlos Marinho assumiu, inicialmente, o cargo de coletor estadual de Congo e de Desterro, em 1963, mas a sua trajetória em mais de 40 anos de dedicação ao Fisco Estadual incluiu, praticamente, todos os principais cargos, incluindo os executivos e de direção das atividades da Receita Estadual. Ele foi coletor; fiscal de estabelecimento; inspetor fiscal; superintendente de Núcleo; Diretor de Recebedoria de Rendas, Diretor de Administração Tributária (DAT) e Assessor de Gabinete da Secretaria. Como uma das principais referências de gestão de pessoas do Estado, Carlos Marinho participou ainda ativamente de cursos de formação intensiva, tanto os preparatórios de pessoal, como os de ingressos e aperfeiçoamento de agentes fiscais, além de cursos especiais como o de recursos minerais e da primeira Especialização de Administração Tributária, por meio da Faculdade de Ciências Econômicas de Patos. Após aposentado, voltou a trabalhar em áreas especiais de assessoria. O último cargo que ocupou no Estado foi o de Diretor Executivo da Dívida Flutuante, na Secretaria de Estado das Finanças, até janeiro de 2018.
 
AMIGO LEAL, SERVIDOR E PAI EXEMPLARES - Para o ex-secretário da Receita Estadual, Milton Soares (2004-2009), com quem manteve uma amizade de mais cinquenta anos com Carlos Marinho, “o Fisco Estadual está efetivamente de luto por essa perda inestimável” tanto por sua imensa contribuição ao Fisco Estadual paraibano como auditor do Estado, mas, sobretudo, por sua amizade. “Carlos Marinho é aquela figura de quem não podemos questionar sobre o que representava amigo leal, além de servidor público, pai, cidadão e caráter excepcionais. Por várias décadas, mantive um sentimento profundo de amizade e, agora, ele nos deixa uma falta muito grande de sua convivência, mas deixa também um grande legado ao Fisco paraibano por ter iniciado um trabalho com muito êxito, determinação e competência, sempre exercendo com muita serenidade os diversos cargos em que ocupou. Marinho foi também uma pessoa singular. Comedido, sincero, respeitoso e respeitador, pai dedicado e afetuoso a seu modo porquanto falava o necessário para ser entendido. Ele não se imiscuía na vida de amigos ou não, exercia domínio sobre suas emoções daí porque ouvia muito mais do que falava e é por estas e tantas outras razões mereceu sempre o respeito de seus superiores hierárquicos e comandados. Detinha três qualidades defendidas pelo saudoso e competente Otacílio Silva da Silveira: 'O homem público para comandar bem, haverá de contar com três requisitos: ser capaz, probo e ter coragem'. Marinho nos deixa exemplos e por isso continuará sendo lembrado, quiçá seguido para glória de todos nós. Meu depoimento é o somatório de 51 anos de conhecimento e amizade. À sua família, deixo votos de profundo respeito, colocando-me como sempre estive à disposição", descreveu Milton Soares.

COMBINAÇÃO DE INTEGRIDADE COM SIMPLICIDADE - O ex-secretário de Estado da Receita, Luzemar da Costa Martins (2003-2004), afirmou que Carlos Marinho foi “exemplo de integridade e simplicidade, confirmando o juízo que sobre ele tinha meu saudoso pai. Anos mais tarde, quando fui secretário de Finanças do Estado (2003/2004), o reencontrei e pude contar com a sua experiência, expertise, integridade e amizade como um dos mais importantes e dedicados auxiliares. Se fosse para definir Carlos Marinho em uma única expressão, diria que ele era a perfeita combinação de Integridade com Simplicidade”, declarou Luzemar, que estendeu aos familiares suas condolências.
 
TRAJETÓRIA BRILHANTE – Segundo o ex-secretário de Estado da Receita, Rubens Aquino, (2011), Carlos Marinho “foi um caririzeiro autêntico, que nunca se distanciou das suas raízes. Homem de extrema capacidade técnica e de fazer amigos. Possuía personalidade singular e certamente uma das trajetórias mais brilhantes da História do Fisco Paraibano”, definiu.
 
UM LÍDER E EXCELENTE GESTOR DE PESSOAS - Em seu longo depoimento, o gerente operacional de Planejamento da Gerência Executiva de Fiscalização da Receita Estadual, Wilton Camelo Júnior, fez uma síntese do que representou Carlos Marinho para o Fisco Estadual e para os colegas com quem trabalhou.
 
“Carlos Marinho do Nascimento ou, simplesmente Marinho, como era conhecido entre os colegas fiscais na secretaria. Entrei no Fisco Estadual em 1987. Fui convidado por Marinho para trabalhar, em 1993, na Dívida Ativa do Estado. A partir daí, comecei a desenvolver uma grande amizade com ele combinado de muita aprendizagem sobre o que é gestão pública, mas principalmente liderança. Em 1994, com o ingresso de novos auditores fiscais, por concurso, conseguiu implantar uma forte modernização na então secretaria de Finanças, atual Secretaria da Receita Estadual, no setor da fiscalização, por ser um conhecedor profundo da área de fiscalização tanto de estabelecimento como de trânsito. Foi um excelente gestor de pessoas, um de seus grandes diferenciais e marcas. Sabia administrar como um líder. Não cabia para Marinho a prerrogativa de ser chefe. Passou por vários cargos de relevância do Fisco Estadual, mas nunca deixou de ser Marinho. Os cargos nunca subiram à sua cabeça. Tinha a Receita Estadual na palma de sua mão. Conhecia os pormenores de cada diretoria e das funções do Fisco. Quando assumia um cargo de direção, sabia como poucos sugar e lapidar das pessoas o seu melhor como servidores e auditores. Foi um dos mentores na criação da ferramenta que mede a produtividade dos colegas do Fisco Estadual, que é uma área muito complexa, até chegarmos ao que conhecemos hoje como Bolsa Desempenho. Ele elaborou critérios de medição e de aferição do que cada auditor poderia produzir de forma prática, útil e efetiva para melhorar o serviço público do Estado. Foi um gestor que valorizava a busca pela qualificação. Incentivava as pessoas para investirem em capacitação, por isso deu oportunidade a diversos colegas em se qualificarem em sua carreira para que pudessem fazer em suas funções a melhor prestação de serviço ao Estado. Enfim, Marinho foi um servidor público exemplar com zelo e dedicação. Não media esforço para fazer o melhor pela categoria. O serviço público do Estado perdeu, na verdade, nessa última terça-feira (5) um grande líder e um inovador na gestão pública tributária. Marinho foi um homem de visão incrível como gestor e um dos grandes responsáveis por modernizar o Fisco paraibano”, escreveu Wilton.    
 
Alguns depoimentos postados por gestores da Receita Estadual sobre Carlos Marinho: 

“O Fisco paraibano perde uma grande referência” (Secretário executivo da Receita Estadual, Bruno Frade)
 
“Carlos Marinho foi um divisor de águas na Secretaria de Estado da Receita, incentivando e iniciando o processo de modernização da SER-PB” (Auditor Fiscal Marx Gusmão, atualmente Gerente Operacional de Informações Fiscais da Receita Estadual).
 
“Grande referência no Fisco paraibano. Tive o prazer de trabalhar mais de 10 anos com Marinho como diretor da DAT” (auditor fiscal Francisco Cirilo Nunes, atualmente como gerente do 1º Núcleo da Receita Estadual, com sede em João Pessoa)
 
“Irreparável perda para o Fisco Paraibano.  Grande colega e um grande ser humano” (auditor fiscal Arnon Diniz, atualmente como gerente do 3º Núcleo da Receita Estadual, com sede em Campina Grande)
 
“Lamentável perda para a nossa categoria! Carlos Marinho sempre foi uma referência para o Fisco paraibano” (auditor fiscal e ex-secretário executivo da Receita Estadual, Alexandre José de Souza, atualmente como Gerente Executivo de Tributação)
 
“Notícia triste. Uma das maiores personalidades da categoria fiscal dos últimos 50 anos” (Auditor fiscal e ex-secretário executivo da Receita Estadual, Petrônio Rolim, atualmente é o coordenador da CATT - Coordenação da Assessoria Técnica Tributária da Receita Estadual) 
 
"Sob a coordenação do Diretor de Administração Tributária (DAT), Carlos Marinho do Nascimento, que, com a sua liderança, fazia da então Secretaria das Finanças um lugar diferenciado para se trabalhar. Carlos Marinho nos conduzia com uma maestria que lhe era peculiar, o Diretor da DAT era muito respeitado, mas todos tinham uma relação de trabalho permeada por muita camaradagem. Havia muito entusiasmo, os colegas que ocupam cargos nas gerências regionais mais distantes do Estado, tinham satisfação até mesmo para enfrentar quilômetros de estradas toda semana. Sobrava entusiasmo, lembro-me das operações natalinas onde todos cooperavam com muita satisfação e poucas reclamações Tinha um grande carinho por Carlos Marinho”. (Auditora Fiscal da Receita Estadual e ex-diretora da Escola de Administração Tributária (ESAT), Elaine César Carvalho, atualmente diretora-presidente da Afrafep - Associação dos Auditores Fiscais do Estado da Paraíba).
Voltar ao topo